Arquitetura 02/07/2020

 Veja como montar e acompanhar um cronograma de obra

00Muitas pessoas acham que as fundações são a base de uma obra, mas na verdade a chave para a sustentação de qualquer construção está no planejamento, sendo ele o responsável pelo seu sucesso ou fracasso.

Assim, é importantíssimo ter um cronograma de obra bem estabelecido e projetado, com prazos para conclusões de etapas, processos especificados e definição de todas as atividades a serem executadas, bem como os profissionais e fornecedores envolvidos.

Infelizmente, não é incomum engenheiros ou arquitetos responsáveis pela obra não darem atenção suficiente ao cronograma, razão pela qual diversos problemas durante a execução do empreendimento ocorrem, como a falta de materiais (até mesmo de ferramentas básicas), de maquinários e profissionais, atrasando todo o projeto e aumentando os custos.

Se você quer saber como montar um cronograma completo e eficiente para a obra, então continue a leitura deste post! Vamos lá?

Por que o cronograma de obra não deve ser negligenciado?

Os cronogramas de obra facilitam o contorno de obstáculos que possam aparecer durante a execução do empreendimento e evitam que a finalização do projeto ultrapasse o prazo inicialmente estipulado.

Assim, com um cronograma elaborado adequadamente, o impacto de imprevistos pode ser amenizado, impedindo que o calendário da obra seja prejudicado e que os temidos atrasos ocorram. Isso, certamente, garantirá a sua credibilidade no mercado e sua boa imagem profissional perante os clientes, aumentando a fidelidade.

Além disso, um bom cronograma fará com que você e a sua equipe:

  • controlem melhor os recursos financeiros do projeto;
  • atendam aos prazos definidos no início da obra;
  • gerenciem com mais eficiência a mão de obra;
  • atenuem conflitos decorrentes de incidentes de natureza externa;
  • programem com mais cautela a contratação de fornecedores e a compra dos materiais necessários;
  • definam prioridades e resolvam urgências no projeto;
  • reduza significantemente os custos;
  • façam um gerenciamento de riscos enérgico e eficaz.

Como montar um bom cronograma de obra?

Existem, em geral, três tipos de cronograma de obra: o apenas físico, que contém o planejamento das atividades da obra; o financeiro, contendo somente o controle de entrada e saída de caixa e a estimativa de custos; e o físico-financeiro, que engloba os dois.

O que apresenta melhor resultado é, sem dúvidas, o físico-financeiro, já que ele atenderá por completo as demandas de toda a obra.

Entretanto, para que seja eficaz, o cronograma não pode ser feito de “qualquer jeito”, devendo o responsável ter afinco ao fazê-lo e atualizá-lo sempre que necessário.

Escolhido o cronograma físico-financeiro, uma planilha deve ser feita contendo alguns tópicos indispensáveis. Veja quais são, a seguir.

Definição da Estrutura Analítica do Projeto (EAP)

A EAP é um resumo do escopo e das atividades do projeto representado de maneira gráfica, ou seja, por meio de um diagrama. Nele, deverão conter informações como:

  • justificativa e objetivo do projeto;
  • descrição do empreendimento;
  • partes interessadas (stakeholders) do projeto;
  • restrições e exclusões (tudo o que não está dentro da finalidade do projeto e possíveis elementos limitantes à sua execução);
  • previsões de prazos e custos;
  • assinatura de algum aprovador.

Listagem de atividades preliminares

Depois da EAP, o cronograma deve especificar tudo o que deverá ser feito antes do início da obra em si, como:

  • limpar o terreno;
  • verificar o tipo de fundação adequada;
  • fazer a marcação dos limites do canteiro;
  • retirar ou colocar terra de modo que o terreno fique plano (terraplanagem);
  • locar os maquinários que serão necessários;
  • contratar a mão de obra;
  • providenciar ferramentas, revestimentos e tintas para pinturas;
  • calcular as esquadrias;
  • fazer vedações;
  • calcular os custos com alvenaria, de acordo com o tipo (se é tijolo ou bloco de concreto);
  • analisar como serão feitas as instalações hidráulicas, elétricas, telefônicas, sanitárias etc.

Cálculo da produtividade

Nessa etapa, o arquiteto ou o engenheiro calculará a quantidade de equipamentos e ferramentas e os profissionais que serão requeridos para realizar 1 m² de serviço.

Definição de prazos e datas

Aqui, uma ordem lógica de execução de atividades deve ser seguida para que deadlines realistas sejam definidos. Deve-se levar em consideração as demandas do cliente e a capacidade da produção, ou seja, analisar cautelosamente os recursos que estarão à disposição.

O responsável também deverá fazer um balanceamento entre o menor custo e o prazo, de acordo com o nicho de cada empreendimento. Por exemplo, se for um comércio que precisa ser aberto logo, para que as vendas comecem e o empresário consiga pagar o investimento, o menor prazo deve ser priorizado.

Já se for uma construtora cujo mercado se caracteriza por apartamentos populares, o engenheiro ou arquiteto deve levar em consideração o menor custo na hora de estipular datas.

Indicação de interdependência das atividades

O andamento de uma obra depende da realização de diversos processos e atividades, que têm o momento certo para começar e terminar. As esquadrias, por exemplo, só devem começar a ser feitas depois que as colunas e paredes tiverem sido construídas. Isso também é chamado de atividades sucessoras e simultâneas.

Execução do que foi planejado à risca

De nada adianta montar um cronograma maravilhoso, se ele não for seguido integralmente. Por isso, é necessário que não haja flexibilização de absolutamente nenhum tópico, a menos, é claro, que haja imprevistos e contratempos!

Atualização ou correção do cronograma

Essa etapa ocorrerá durante o andamento da obra e se o que foi planejado inicialmente for impossível de ser colocado em prática. Novamente, os motivos da necessidade de atualização são as adversidades inerentes a qualquer projeto e que são impossíveis de ser evitadas.

Como visto, montar o cronograma de obra é essencial para que o projeto tenha um bom andamento e supra as expectativas dos clientes. É importante, contudo, que a comunicação seja clara entre todos os envolvidos (engenheiros, arquitetos, mestres de obra, auxiliares etc.) e que todos tenham acesso de maneira irrestrita ao cronograma.

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