Ergonomia 17/01/2023

Cefaleia cervicogênica: relação da dor com a postura!

Existem tantos tipos de cefaleia que é muito comum que as pessoas se confundam com todos eles. Hoje em dia, por exemplo, é comum que — ao sentir uma cefaleia intensa — a pessoa diga: “estou com enxaqueca”, usando o problema como um sinônimo de dor na cabeça. No entanto, isso é um erro, já que existem outros tipos de dores na região, como a cefaleia cervicogênica, além daquelas causadas por tensão muscular, entre outras.

Além disso, a dor de cabeça de origem cervicogênica pode estar associada a muitas origens, sendo o fator postural um dos mais comuns, como veremos ao longo do texto. Aliás, neste post, vamos destrinchar esse tipo de cefaleia e mostrar medidas para combatê-la e preveni-la, incluindo as opções ergonômicas.

Aproveite a sua leitura!

O que é a cefaleia cervicogênica?

De acordo com o International Headache Society, há entre 144 e 150 tipos de cefaleia — como a tensional, a enxaqueca, a sinusite, a cervicogênica etc. — sendo que a maioria delas pode ser causada pela má postura e, assim, a solução está na fisioterapia. Com relação à cefaleia cervicogênica, especificamente, ela é responsável por aproximadamente 15% a 20% de todas as dores de cabeça.

A dor de cabeça cervicogênica é o tipo de cefaleia que começa no pescoço. Aliás, seu nome deriva, justamente, do fato de se iniciar na região cervical (área de trás do pescoço). A partir de então, a pessoa começa a sentir dor em pelo menos um dos lados da cabaça. Posteriormente, a dor chega até a parte da frente, na região dos olhos e, finalmente, no topo da cabeça.

A dor ainda pode irradiar para os músculos da face e músculos das costas. Além disso, a sensação dolorosa pode ser moderada, não intensa, de natureza não pulsátil (como a observada na enxaqueca).

Em termos mais técnicos — que podem interessar a alguns leitores, sobretudo fisioterapeutas que atuam com músculos —, vale mencionar que, segundo um artigo, a cefaleia cervicogênica inicia nas articulações atlanto-occipital e cervical superior, sendo sentida em uma ou mais áreas da cabeça e/ou da face. Na região óculo frontotemporal, a dor costuma ser mais intensa.

Quais são os sintomas da cefaleia cervicogênica?

Já sabemos qual é a origem da dor. Agora, vamos aos sintomas. São eles:

  • dor no pescoço, cabeça, músculos ao redor da boca e músculos das costas;
  • dificuldade para realizar certos movimentos, como virar o pescoço;
  • rigidez articular no pescoço, que às vezes pode ser extrema;
  • dificuldade em se manter confortável na cadeira do escritório;
  • dificuldade para dormir e se ajeitar no travesseiro;
  • dores nos braços, punhos e mãos;
  • intolerância à claridade;
  • náuseas e vômitos.

Vale a pena mencionar, até para você poder conversar com o seu médico, que os sintomas da crise de cefaleia acontecem, em geral, entre duas a três vezes por semana, e sua duração varia de algumas horas a até dois ou quatro dias.

Quais as causas da cefaleia cervicogênica?

São vários os motivos que causam esse tipo de cefaleia tão desconfortável e prejudicial às atividades do dia a dia, podendo incluir:

  • contraturas dos músculos do pescoço (torcicolos) e das costas;
  • dores orofaciais, como a Síndrome Dolorosa Miofascial;
  • disfunção da articulação têmporo mandibular (DTM);
  • carregar excesso de peso de forma inadequada;
  • problemas por má postura;
  • problemas odontológicos;
  • ansiedade generalizada;
  • fatores emocionais;
  • estresse;
  • tensões.

Além disso, alguma doença que afete as vértebras cervicais (do pescoço) pode estar por trás da dor cervicogênica, como:

  • infecções no pescoço ou na nuca;
  • pinçamento nas raízes cervicais;
  • tumores na região;
  • lesões no pescoço;
  • hérnia de disco;
  • osteoartrose etc.

O ideal é, antes mesmo de pensar no melhor tratamento, descobrir as causas, já que pode haver um conjunto de gatilhos da cervicalgia.

Quais os principais tratamentos para a cefaleia cervicogênica?

Antes de partir para o tratamento, é fundamental descobrir a origem do problema, sempre individualizando o paciente. Ou seja, para cada pessoa, pode ser necessária uma abordagem diferente.

No entanto, os tratamentos mais comuns para a dor de cabeça cervicogênica costumam englobar, entre outras medidas:

  • alterações na postura durante o trabalho no computador e no uso do celular;
  • mudança na postura para assistir à TV e no momento de dormir;
  • medicamentos para dor e/ou anti-inflamatórios (prescritos pelo médico);
  • fisioterapia para o pescoço, a face e a cabeça;
  • uso da termoterapia;
  • reeducação postural global – RPG;
  • exercícios específicos;
  • hidroterapia;
  • acupuntura, entre outros.

Como prevenir a cefaleia cervicogênica?

A melhor maneira de prevenir a cefaleia cervicogênica é adquirindo novos hábitos na rotina. Os movimentos com o pescoço devem ser feitos de forma centrada e não podem ser realizados de maneira muito abrupta, para não causar torcicolo e para que a pressão e a tração da área cervical não aumentem.

Além disso, é fundamental cuidar da postura na hora de sentar na cadeira do escritório para trabalhar. Para isso, aposte em cuidar da questão ergonômica com estas dicas:

Por fim, fique atento, pois se com essas medidas as dores não cessarem, procure um médico, de preferência um ortopedista, que poderá solicitar exames de imagem, sessões de fisioterapia, hidroterapia e massagens com especialistas.

No entanto, se o problema não for de origem ortopédica (ou se nos exames de imagem for identificado um problema neurológico), o médico poderá indicar uma consulta com um neurologista, ou, ainda, com um psicólogo, se o problema for emocional.

Neste artigo sobre cefaleia cervicogênica, você viu como a dor de cabeça está relacionada à postura, quais as outras causas das cefaleias, quais os principais sintomas e as maneiras de aliviar o desconforto que surge na região cervical e irradia para a cabeça e outros músculos ao redor do pescoço.

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