Arquitetura 13/04/2021
Geometria na arquitetura: descubra como aplicar nos ambientes
A geometria na arquitetura é uma das melhores ajudas para solucionar questões espaciais e auxiliar na sofisticação de qualquer projeto. Muito além da matemática, a geometria consegue inspirar formatos, estampas e o design de vários objetos do cotidiano.
Ela é capaz de ampliar e dar muito mais personalidade a um espaço, se inserida de forma correta. Pensando em decoração, as formas geométricas estão presentes em peças, revestimento, mobiliários e pinturas, contrastando cores e linhas de uma forma única e exclusiva.
A geometria na arquitetura é atemporal, sendo marca registrada de vários ambientes contemporâneos, sem limite para a criação, até mesmo de forma simples, no estilo “faça você mesmo”, com um resultado encantador.
Inovar e variar na hora de decorar é um dos propósitos dessa técnica que possibilita diversas opções e pode ser aplicada em qualquer lugar da casa, seja em objetos, seja em móveis e paredes. Para isso, separamos algumas dicas para que você consiga incluir e aplicar a geometria na arquitetura da sua casa e deixar o espaço inconfundível. Acompanhe!
Princípios do design de interiores para a geometria na arquitetura
Há algumas regras básicas para conseguir desenvolver e chegar ao estado da arte em um projeto arquitetônico. Um dos recursos para conseguir isso é por meio dos princípios do design de interiores que você confere logo abaixo.
Ritmo
Sim, a palavra é do universo musical, no entanto, tem um sentido exato para a geometria arquitetura. O ritmo é o princípio que permite ao olhar da pessoa se movimentar pelo ambiente, observando padrões de repetição, como uma música.
Isto é, todas as partes do ambiente têm cadência, afinal, as cores, objetos, texturas, linhas e curvas repetem-se, de maneiras criativas e complementares. O resultado é a sensação de unidade e coerência.
Harmonia
Outro termo também essencial para a música, ele também é utilizado na geometria e arquitetura. Um dos principais objetivos de todo projeto é conseguir fazer com que todos os itens, incluindo as formas estruturais, do lugar, se relacionem de forma não conflituosa.
Busca-se isso pois é uma forma de estabelecer o padrão de beleza, o que gera uma sensação de segurança e paz. Logo, um ambiente harmônico deve conseguir relacionar todos os elementos, mesmo que diferentes, de forma criativa e encaixada. Uma das formas de solucionar isso é, por exemplo, seguindo a harmonia do círculo cromático.
Equilíbrio
Simetria e assimetria. Se você sabe qual é o seu lado preferido do rosto para tirar uma foto, entende a importância do equilíbrio. Aliás, quem nunca se perguntou se o rosto é simétrico?
Seguindo essa linha, o princípio do equilíbrio acontece por meio da repetição de formas de modo igualitário em lados diferentes, ou a não repetição, ou a repetição parcial ou alternada — radial.
Unidade
O que une todos os ambientes? A unidade! Esse recurso também é um tipo de repetição, que pode ser de modo mais volumoso (o uso de uma mesma cor em todos os espaços), ou pontual (algum objeto que se repete). Por exemplo, você pode ter quadros de um mesmo pintor espalhados ao longo do projeto.
Contraste
Um elevado grau de diferença entre dois itens que podem estar combinados. O contraste é justamente a utilização, bem-feita, deste recurso. A forma mais básica de pensar sobre isso é o uso de preto e branco. São os dois pólos de uma relação de contraste.
Ao colocar elementos muito escuros próximos de elementos muito claros, a depender do modo de organização, isso pode dar conforto visual, algo relacionado à neuroarquitetura. O segredo é apostar também na diferença de volumes.
Ainda seguindo o exemplo do preto e branco, um contraste interessante seria ter mais elementos pretos do que branco no ambiente. Por exemplo, paredes e móveis pretos, e apenas as luminárias brancas. O resultado de um bom contraste é mais dinamismo para o ambiente, evitando aquele aspecto de marasmo ou indiferença.
Variedade
Seguindo a mesma ideia do contraste, ao evitar o tédio ou o mais do mesmo, o princípio da variedade indica a necessidade de utilizar elementos diversos para compor um ambiente. Essa pode ser uma tarefa desafiadora pelo risco do resultado não seguir uma boa harmonia, ritmo, equilíbrio e unidade.
No entanto, há alguns recursos que você pode aplicar. Por exemplo, além de estabelecer uma paleta prévia de cores, identificar a praticidade das escolhas para uma variedade.
Ou seja, o projeto arquitetônico de um apartamento com uma família grande, de cinco filhos, todos com personalidades marcantes. Para isso, ao pensar na área de estudos, é preciso resguardar a individualidade. A escolha de cadeiras de diferentes cores é uma opção de variedade justificável.
Centros de interesse
Agora, os elementos não devem competir visualmente entre si. Um dos principais erros de um projeto arquitetônico é justamente o uso inadequado de peças assinadas de design que perdem todo o seu chamativo estético ao serem colocadas uma ao lado da outra, sem pensar nos princípios do design.
Em cada ambiente, deve haver centros de interesse. Ou seja, o elemento que deve se destacar e os outros elementos que servem justamente para dar importância a ele. Uma parede com quadros artísticos, um sofá, um tapete, entre outros, são exemplos de centros de interesse.
Para identificar qual que deve ser a escolha, converse com o cliente e observe os usos práticos do local. Na cozinha, há naturalmente o centro de interesse para uma bancada ou armários.
Escala
Todos os objetos de um ambiente estão “em escala” em relação a tudo que compõe o local. Em outras palavras, a escala é a comparação entre as medidas. A importância desse princípio, na geometria e arquitetura, é o fato de possibilitar a sensação de ampliar ou reduzir ambientes.
Como usar a geometria?
Todos os princípios mencionados assim, tem por base elementos ainda mais essenciais, que são as formas geométricas. Por isso, separamos este tópico para explicar, com mais detalhe, a importância e o uso dessas formas. Acompanhe se quiser saber mais.
Círculos e elipses
O uso dessas duas formas está ligado à sensação de continuidade. Isso porque os círculos e as elipses não tem começo, meio ou fim, são formas integrais que passam a sensação de infinito. Logo, são ótimas formas de quebrar dinâmicas. Por exemplo, o uso de um tapete em formato circular ou elíptico pode suavizar ângulos mais retos de paredes ou bancadas.
Quadrados e retângulos
Agora, para dar a sensação de volume e solidez, o uso de quadrados e retângulos é bem-vindo. Afinal, essas duas formas têm como princípios a previsibilidade. É por isso que elas são universais no mundo da construção. Tijolos, blocos de concreto e formato de prédios são popularmente utilizados justamente porque reforçam a ideia de algo estruturado e estável.
Triângulos
Os triângulos servem como direcionadores do olhar, uma vez que demarcam a atenção do espectador para as extremidades do seu formato. Logo, são formas para dar a sensação de movimento.
É interessante notar que a depender da maneira como são organizados, podem trazer a sensação de estabilidade, evolução e crescimento ou de moderação e introspecção. Tudo isso no caso de um triângulo base maior. Para o primeiro caso, triângulos apontados para cima. Na segunda forma, os triângulos estão apontados para baixo.
Geometria na arquitetura: como incluir na decoração
A geometria e arquitetura é uma relação com símbolo de modernidade, criando ambientes repletos de estilo e personalidade. Ela pode estar no piso, no revestimento da parede, em acessórios de décor e em formas estampadas nas próprias paredes.
Usar não somente quadrados e retângulos, mas também polígonos, hexágonos, triângulos e outras formas, é uma ótima maneira de criar espaços diferenciados e cheios de charme.
Com bom senso e as nossas dicas, é possível aplicar formas em vários cômodos da casa. Por exemplo: para uma decoração mais neutra, apostar no minimalismo é uma boa pedida. Já para espaços mais despojados, investir no colorido, mesclando formas e mobiliário, é o ideal.
Outra aposta em alta são os azulejos em formato de prisma, que imprimem muita personalidade e criam um toque diferenciado e futurista na casa. Quem deseja ficar apenas nos detalhes, pode apostar em padronagens pequenas que estampam abajures, móveis, almofadas e outros objetos decorativos.
Use papéis de parede
Uma excelente dica é investir em materiais de qualidade e fácil aplicação, que não comprometerão a técnica, como é o caso dos papéis de parede. Esse material consegue dar uma sensação de profundidade e amplitude ao ambiente, além de ser uma escolha muito mais em conta.
Se você procura neutralidade, use opções minimalistas com poucas cores. No entanto, para um ambiente mais despojado, usar papéis de parede coloridos e com formas irreverentes é uma boa maneira de acertar. Para expandir o espaço, use estampas em zigue-zague, por exemplo.
Crie composições com revestimento
Para um ar mais atraente e divertido em uma cozinha ou um banheiro, o revestimento cerâmico geométrico é uma opção bastante válida, já que é possível alternar entre cores de tons fortes e fracos, sem prejudicar o ambiente e a decoração. Ou, então, você pode usar cores neutras junto dos revestimentos, criando linhas para uma composição muito mais elegante.
Aproveite o mobiliário
São muitas variedades quando pensamos em mobiliário. Mesinhas, tecidos estampados, plantas, nichos geométricos, entre outros objetos que compõem muito bem e de forma sutil o ambiente.
Eles agregam geometria à arquitetura da casa. Ao mesmo tempo, é possível usar móveis mais marcantes que destacam o espaço. Formas multifacetadas e linhas curvas transmitem leveza de uma forma original, dando mais personalidade ao ambiente.
Procure itens com estampas
Quadros, tapetes, almofadas e obras de arte em geral são maneiras de adicionar geometria na decoração, sem perder o aspecto da casa. Estampas geométricas estão presentes em todos esses itens e são uma boa maneira de começar a combinar.
A dica da vez é usar estampas mais leves em um relevo em tom nude. Para não pesar muito na hora de incluir esses formatos na casa, aposte em opções clássicas e neutras, como o branco e preto, que garantem um ambiente requintado e elegante.
Dicas para não errar na aplicação
Agora que você já sabe como incluir a geometria na decoração da sua casa, separamos 5 dicas essenciais para não exagerar nos projetos e evitar erros na hora de criar aquele cantinho especial.
Pense no desenho que deseja incluir
Primeiro, você precisa ter certeza de que gosta de uma parede ou um cômodo com figuras geométricas. Depois, pense no desenho que você deseja incluir: uma parede com um mural ou, quem sabe, somente um único elemento geométrico?
Delimite o local que receberá as formas geométricas
Após entender o que você pretende adicionar dentro de casa, é hora de escolher o local que receberá o toque de geometria. Será a parede do quarto atrás da cama? Ou quem sabe a sala merece um nicho triangular para combinar com a decoração? O importante, no final, é criar uma composição que você goste e converse com sua personalidade.
Faça um rascunho
Quando você já sabe onde e como adicionar a geometria, seja em paredes ou objetos da casa, faça um esboço. Pode ser com lápis no próprio cômodo, no computador ou, até mesmo, em uma folha sulfite. Esse rascunho ajuda a criar uma ideia de como o resultado final ficará, permitindo deixar mais perceptível a harmonia entre todos os elementos.
Defina a paleta de cores
É muito importante definir a paleta de cores das formas geométricas que serão inseridas em casa. No caso de objetos decorativos, como nichos e móveis, tons neutros são bem-vindos. Já no caso de paredes e quadros, é fundamental avaliar a coloração do restante do cômodo, para não errar na combinação.
Não se esqueça das ferramentas
Antes de começar a aplicação, verifique se você tem todas as ferramentas em casa ou precisa comprar algo. Para traços retos, você pode usar, além de uma trena, uma régua com nível. Para móveis ou objetos penduradores, observe a necessidade de pregos ou parafusos específicos.
Deu para perceber que a aplicação de geometria na arquitetura tem inúmeras possibilidades e consegue adaptar-se à personalidade de cada um. Com um bom planejamento, os materiais corretos e as nossas dicas, você conseguirá criar ambientes extremamente incríveis e aconchegantes em casa, sem correr o risco de errar.
Que tal continuar a leitura e aprender mais sobre esses princípios da geometria na arquitetura? Uma ótima forma de colocar isso em prática é aprendendo a utilizar a decoração minimalista.